11 de agosto de 2006
A descoberta e desmantelamento de um plano que previa a explosão de aviões comerciais algures entre o Reino Unido e os EUA vão dar origem aos argumentos do costume. Que são, vale a pena lembrar, os seguintes: a culpa é dos americanos; a culpa é dos ingleses; a culpa é dos judeus. Se esta gente não andasse a fazer asneiras, dizem os «entendidos», nada disto sucedia. E, claro, há o Iraque, a política americana pós-11 de Setembro, a questão de Israel. Temos, assim, que o essencial da questão — o fundamentalismo islâmico, que não hesita em matar para impor a sua ideia — vai, de novo, ser ignorado, pois o fundamentalismo islâmico não é tido como a causa mas como uma consequência. Nada de especialmente grave caso esta atitude não fosse uma irresponsabilidade que chega a ser criminosa. Como disse Vasco Pulido Valente na crónica de hoje, «não basta não ver e não ouvir». É preciso encarar o problema de frente, e agir.