11 de setembro de 2006
Parece que em Setembro de 2001 havia «uma onda de solidariedade» que «contagiou nova-iorquinos, americanos e o mundo em geral», diz António José Teixeira. Oportunidade que, acrescenta, a administração Bush não soube aproveitar. É uma ideia que se repete a propósito de tudo e de nada, como se fosse um facto ou uma evidência difícil de contestar. Acontece que não é um facto e de evidência tem pouco. Telegramas de solidariedade do mundo inteiro a lamentar o sucedido? Grandes parangonas nos jornais a dizer «somos todos americanos»? Muito comovente. Tão comovente como hipócrita. Mas há mais: os que, agora, não se cansam de dizer que o ataque americano ao Afeganistão logo após o 11 de Setembro foi compreensível são os mesmos que, na altura, disseram cobras e lagartos da decisão. Querem falar de memória? Então não ajam como se os outros não a tivessem.