10 de outubro de 2006
Escusado será dizer que a crise instalada por causa do ensaio nuclear da Coreia do Norte não teria existido caso não fossem os americanos, ou o presidente Bush. Aliás, um deputado norte-coreano já o veio lembrar: o ensaio nuclear realizado ontem por Pyongyang "é a expressão da intenção" da Coreia do Norte "de fazer face aos Estados Unidos na mesa de negociações". Mais: caso os EUA se recusem a fazer concessões durante as negociações, avisou o responsável, Pyongyang admite lançar um míssil com uma ogiva nuclear. Mas não é só o deputado coreano que assim pensa. Manuel Carvalho, por exemplo, acha que competia à Administração Bush evitar que a Coreia do Norte se tornasse num país com armas nucleares. Infelizmente não revelou onde está escrito que compete aos EUA resolver os problemas do Mundo, mas a gente percebe na mesma onde ele quer chegar. Aliás, a «teoria» do director-adjunto do Público (se os americanos não fazem, deviam; se fazem, não deviam — ou fazem mal) está longe de ser novidade. Pena é que ela não assente num único facto.