13 de outubro de 2006
A inclusão (ou exclusão) de Salazar na lista de «grandes portugueses» de um programa de televisão não me aquece, nem me arrefece. Aliás, tratando-se de um programa de entretenimento, não percebo o alarido causado pelo facto de inicialmente o ditador não fazer parte da lista e, depois, por nela ter sido incluído. Posto isto, por que razão a inclusão de Salazar na lista dos candidatos ao título de maior português (ou lá o que é) causou tanto incómodo a Ana Sá Lopes, quando outros nomes tão discutíveis quanto Salazar não lhe mereceram o mais leve reparo? Não, não estou a defender Salazar, e muito menos o que ele representou. Em matéria de ditadores, sou contra. Contra os bons (se os houve), e contra os maus. Mas sou, também, contra o que (ou contra quem) me impede de escolher quem muito bem me apetecer, ainda por cima por razões que se podiam aplicar a outros candidatos dessa mesma lista que, sem que se perceba porquê, não merecem contestação.