17 de novembro de 2006
Com a vitória do Partido Democrata nas últimas eleições americanas, que terá sido alcançada graças ao desastre do Iraque, parece que os bushistas (entre os quais me incluirei) têm de se retratar. De quê, ainda não percebi, mas presumo que por pensarem o que pensaram e por agora, presumo outra vez, pensarem de outra maneira. Ora eu, sobre este assunto, quero dizer duas coisas: não costumo mudar de ideias ao sabor das conveniências, e não me consta que os vencedores têm, por definição, razão. Houve coisas que a Administração Bush fez e não devia e outras que não correram bem? Já o disse e repeti. Mas retratar-me de quê e porquê? Por ter defendido coisas em que ainda hoje acredito? Meus senhores, eu sempre tive dúvidas acerca do Iraque, da guerra contra o terrorismo — e continuo a tê-las. Acontece que, por regra, não me revejo na substância das críticas que são feitas à Administração Bush por causa do Iraque e do terrorismo, e ainda menos no que, por regra, as motivam. Tão preto e tão branco como isto.