18 de janeiro de 2007

Já se sabia que a Justiça era incompetente, mas não se sabia que era tanto. A sentença do Tribunal de Torres Novas sobre o caso da criança adoptada por um casal do Entroncamento até pode ser inatacável do ponto de vista jurídico, mas como entender que o tribunal tenha decidido tirar uma criança aos pais adoptivos (os únicos que a criança conhece e com quem vive desde que nasceu) e entregá-la a um estranho? E como entender a decisão de punir com seis anos (?!) de cadeia um pai (mesmo que adoptivo) que se limitou a defender (como qualquer pai faria) quem trata e acolheu como filha e premiar quem a abandonou no momento em que ela mais precisava? E a criança? O que achará uma criança de cinco anos que se vê afastada de quem mais ama e nas mãos de um cavalheiro que só a Justiça conhece como pai? Não verá o Tribunal de Torres Novas que a decisão que tomou prejudica, sobretudo, quem mais devia proteger? Que raio de Justiça é esta que nem o óbvio é capaz de ver? Conseguirá dormir sem sobressaltos quem decidiu tamanha monstruosidade?