7 de março de 2007
«A acumulação da medicina pública com a privada é nefasta para o País», disse António Barreto ao Expresso. E nefasta porquê? Porque, segundo ele, «há muitos médicos que têm interesse em que os serviços públicos funcionem mal porque isso aumenta a possibilidade da actividade no serviço privado». Disse mais António Barreto ao semanário de Balsemão: «Geralmente [os médicos] passam a manhã no público e a tarde no privado. Não trabalham o número de horas suficiente no público, talvez metade ou um terço do que deveriam trabalhar. Operam pouco no público para operarem à tarde no privado. Com este sistema dominam a oferta e a procura.» Ora, perante estes factos, os médicos não têm nada a dizer? Preferem fazer de conta que não ouviram ou que não é nada com eles? É claro que nem todos os médicos recorrem ao expediente, como António Barreto teve o cuidado de realçar, mas até por esse motivo deviam tomar posição.