
Se não estou em erro, já escrevi pelo menos duas vezes sobre o
eBook (refiro-me à maquineta que permite ler livros ou outros textos em formato digital), mas apetece-me voltar ao tema. Contrariamente ao que sucedeu das outras vezes, agora para falar mal. Depois de ter elogiado o
Rocket eBook e o
RCA eBook, e aguardar durante meses o modelo da Sony (o
Portable Reader), chegou a hora dos defeitos. Não que eu tenha mudado de opinião acerca do
eBook, mas porque o tão aguardado modelo da Sony foi uma desilusão quase completa. Digo «quase completa» porque tem coisas boas, mesmo coisas muito boas, só que escassas. A primeira é a qualidade de imagem, que melhorou substancialmente. Graças a uma nova tecnologia, é possível, agora, ler sob luz intensa (do sol, por exemplo), coisa que não se podia nos anteriores modelos. A segunda é o
design da maquineta (do tamanho de um livro de bolso com cento e poucas páginas, para simplificar a explicação). A terceira… bom, não há terceira. Já na parte má sobram exemplos. O primeiro de todos, e totalmente incompreensível, é a impressão de que os técnicos da Sony não olharam para os anteriores modelos e copiaram o que estava bem. Qualquer um desses modelos possibilita a leitura nocturna e possui ecrã táctil, características ausentes do modelo da Sony que fazem uma
enorme diferença. Para quem não sabe do que falo, a luz interior possibilita a leitura às escuras (como nos ecrãs dos computadores), e o ecrã táctil permite operar a maquineta de forma mais intuitiva e com maior rapidez. Mas há mais defeitos: os botões que permitem «folhear» as páginas estão mal situados, obrigando o uso das duas mãos (o que não sucede nos modelos da Franklin e da RCA). Falta-lhe, também, um motor de busca capaz de pesquisar dentro de um texto, apesar de disponível no
software que interage a maquineta com o computador. Há outras funcionalidades que não existem ou podiam ter sido melhoradas, mas estas são as essenciais e chegam e sobram para que se possa dizer que o Portable Reader é um modelo falhado. Falhado por causa das expectativas criadas, falhado porque os defeitos superam largamente as vantagens face aos modelos anteriores. Como leio no
eBook praticamente desde o seu aparecimento, e porque cada vez encontro mais vantagens no
eBook quando o comparo ao livro tradicional, acreditem que sou o primeiro a lamentar.