1 de maio de 2007
A notícia de que o neto de Isabel II pode ir para o Iraque demonstra que a coisa começou mal e pode acabar pior. Realmente parece que só faltou ao exército britânico divulgar a matrícula do veículo que Harry irá tripular, como acusou uma fonte citada pelo DN, tantos foram os detalhes incompreensivelmente divulgados sobre a missão do ilustre soldado. Depois, com ameaças ou não, é por demais evidente que a real criatura se torna, no Iraque, num alvo apetecível. Enviar forças especiais para a zona de operações com o objectivo de proteger o filho do príncipe herdeiro, como o Observer garante ter-se verificado, é uma medida que não se percebe e de eficácia duvidosa — além de ser difícil de digerir. Pior: por muito boa vontade que haja, a coisa soa ridícula. De facto, nem o sonho mais delirante ou o surrealista mais empedernido seria capaz de imaginar um soldado na frente de batalha protegido por forças especiais. Espera-se, portanto, que haja bom senso. E bom senso, num caso destes, passará por impedir o príncipe de viajar para o Iraque. Não apenas por causa da segurança própria e de quem o rodeia, mas porque tudo leva a crer que a medida será a que melhor serve os interesses britânicos. E os interesses britânicos, recorde-se, são os que o príncipe diz defender quando faz questão de ir para o Iraque.