22 de agosto de 2007
Luís Filipe Menezes acha «ridículo» que se tenha criado um caso por causa de um plágio, pois considera «irrelevante» o facto de fazer passar por seus textos que não são seus. Mais: o candidato à liderança do PSD garante que o «blogue pessoal» que mantém na Internet não é feito por si mas por um assessor. Reparem bem: um «blogue pessoal» feito por um assessor, provavelmente caso único no mundo e a merecer entrada no Guinness. Mas há mais. «Uma fonte da candidatura» do autarca garantiu que a não identificação do local onde os textos foram subtraídos se deveu a um «lapso», embora «quem lê esses textos percebe perfeitamente que não são da autoria de Luís Filipe Menezes». Como se vê, as explicações são tão fracas que nem a boa vontade as tomaria por boas. Há, ainda, um curioso episódio. Segundo o Público, os textos publicados no blogue até à data da notícia terminavam dizendo que Menezes era o seu autor, e após a notícia «estourar» passaram a dizer que Menezes era, apenas, o responsável pela sua publicação. Ou seja, alguém se apressou a emendar a mão logo que foi dado o alarme, fazendo lembrar o caso do engenheiro que não era engenheiro e acabando por demonstrar que, afinal, o assunto é muito mais que «ridículo» ou «irrelevante». De facto, o caso configura uma situação em que alguém se apropriou do que não lhe pertencia, e não há volta a dar-lhe. Nem volta a dar-lhe, nem explicação que demonstre que assim não foi.