13 de dezembro de 2007

Impossível ficar indiferente à reportagem sobre o Opus Dei que a Sábado publicou a semana passada. Ele são chicotes, cintos «com espigões de arame», autoflagelação, o diabo (salvo seja) — além do celibato e de os seus membros não poderem conviver com pessoas do sexo oposto, ir ao cinema, ao teatro ou ao futebol, ou de só poderem ler certos livros mediante autorização de «conselheiros». Mas o mais impressionante é constatar-se que os membros da «obra» são, por regra, pessoas instruídas, com plena consciência dos seus actos. Talvez por ser ateu (ou agnóstico, não sei bem), tenho dificuldade em compreender que ainda existam, nos países que tomamos por civilizados, criaturas com acesso generalizado ao conhecimento que se mortificam em nome do que julgam uma vida de santidade, ou lá o que é. Aliás, duvido que o deus por quem se sacrificam, a existir, aprecie tais práticas.