1 de fevereiro de 2008
O episódio da licenciatura do primeiro-ministro tem demasiados contornos rocambolescos para se duvidar que esteja bem contado. Não admira, por isso, que continuem a surgir situações pouco abonatórias do seu carácter, como a que hoje anuncia o Público. Não sei se é ilegal o facto de José Sócrates assumir a autoria de trabalhos que, aparentemente, não lhe pertencem, e no plano moral, sabendo-se do consentimento dos seus autores, ainda tenho mais dúvidas. Já no plano ético, e considerando o que dizem os técnicos ouvidos pelo Público, tenho menos dúvidas — ou dúvidas de outra natureza. Pode ser que isto seja um mero «ataque pessoal e político» à pessoa do primeiro-ministro, como garante José Sócrates. Só que, independentemente de opiniões e intenções, factos são factos, e a reportagem do Público está cheia deles. Convinha, portanto, começar por desmenti-los, pois só assim se fundamenta a tese do «ataque pessoal e político».