13 de fevereiro de 2008
A reacção da imprensa dinamarquesa face à notícia de que os serviços secretos daquele país capturaram três indivíduos que se preparavam para assassinar um dos autores das caricaturas de Maomé publicadas no diário Jyllands-Posten em Setembro de 2005 é um gesto que se saúda. Infelizmente, as consequências ficam-se pelo carácter simbólico, e só pelo carácter simbólico. Kurt Westergaard, o cartoonista que os meliantes queriam matar, explicou porquê mal soube da conspiração: «O impacto desta reacção enlouquecida irá durar o tempo que vou viver. É triste, mas tornou-se a minha condição de vida.» Perceberam? Evidentemente que só um louco repetirá semelhante «gracinha», apesar dos gestos bem-intencionados ou dos discursos grandiloquentes sobre a liberdade de expressão. Não, não é a minha opinião. É uma evidência que só não vê quem não quer.