14 de março de 2008

ERROS E MAIS ERROS. O comentário de Geraldine Ferraro acerca de Obama só podia acabar como acabou. Atribuir a performance do senador do Illinois à circunstância de ele ser preto é um facto? Geraldine acha que sim. Ora, um facto como? Cabe na cabeça de alguém que Obama chegou onde chegou apenas com os votos dos pretos? Desde quando, como bem disse o pré-candidato, ser preto é um trunfo? Mas há mais: a ex-candidata a vice de Mondale acha que Hillary tem um problema por ser mulher. E porquê? Infelizmente, não explicou. Se explicasse, relembraria aos mais distraídos que a ex-primeira-dama sempre apostou no facto de ser mulher, certamente porque considerou um trunfo o facto de ser mulher. Ser mulher, portanto, sempre foi visto como uma mais-valia, nunca como um obstáculo. Isto à luz das teorias de Geraldine e companhia, a meu ver erradas. Hillary devia ter apostado, apenas, no que considera serem as suas qualidades, nunca no facto de ser mulher. Ser mulher não é, por si só, um bem ou um mal, e se é provável que alguns votarão nela pelo facto de ser mulher, outros não votarão pelo mesmo motivo. Razão tem Obama em nunca usar a cor da pele para se afirmar ou se vitimar. É que está em jogo muito mais que o sexo ou a cor da pele, por mais que haja quem escolha (ou rejeite) por esse motivo.