9 de maio de 2008
RELATIVISMO. «Com ou sem resolução do Conselho de Segurança da ONU a intimar a Junta a levantar as restrições de entrada no país, esta é a altura de avançar em força para a Birmânia, entrando por todas as portas e janelas», escreve Ana Gomes no Causa Nossa. Ficamos, assim, a saber que há causas que não necessitam de resolução da ONU para uma intervenção da «comunidade internacional». Na óptica da eurodeputada, a regra não se aplica a todos os casos — como, aliás, demonstrou no caso do Iraque, cuja intervenção considerou inadmissível sem a resolução da ONU. Dir-me-ão que a Birmânia e o Iraque são casos diferentes, e que merecem, por isso, tratamentos diferenciados. Com vossas licenças, discordo. É que, em matéria de diferenças, cada um vê as que quer, já os princípios não podem prestar-se a interpretações de circunstância.