10 de junho de 2008
SELECÇÃO. Visto o jogo de Portugal frente à Turquia e lidas dezenas de comentários sobre o dito, continuo sem vislumbrar o brilhantismo da prestação portuguesa. Tirando o resultado (excelente), confesso que não vi nada de especial. Pelo contrário. Como diria Nelson Rodrigues, chutámos mal à baliza pelo menos em três ocasiões (duas ao poste e uma à barra), foi preciso um defesa vir lá de trás mostrar aos avançados como se fazia, e marcámos o segundo golo quando os turcos tinham mais que fazer do que preocupar-se com a defesa. Claro que nada disto tira mérito à selecção portuguesa. O que eu quero dizer, insisto, é que não vi nada do que se disse por aí, pelo que desconfio que foi dito com a mesma convicção com que a generalidades dos comentadores desportivos costuma zurzir num jogador quando o jogador está a jogar mal, mas que logo muda caso o jogador marque um golo decisivo. Resta esperar que os checos sejam tão maus como demonstraram frente aos suíços (aqui parece que estamos todos de acordo), e que percam em vez de ganharem. Aliás, espero que Portugal tenha a contabilidade resolvida quando defrontar a Suíça, pois os helvéticos demonstraram frente aos checos que são melhores do que a encomenda. O ideal seria que o jogo fosse a feijões, para nós e para eles, ambos pelas melhores razões (os dois com a qualificação garantida). Caso assim não for, os nossos compatriotas que por lá vivem e trabalham arriscam-se a uma demonstração suplementar do famoso zelo das autoridades suíças.