28 de julho de 2008
PAZ PODRE. É por demais evidente que o prolongado silêncio de Manuela Ferreira Leite está a causar embaraços ao PSD, nomeadamente ao PSD que votou nela. Bem pode a líder social-democrata dizer que só fala quando achar que deve falar, e que não é hábito seu pronunciar-se sobre matérias que não conhece em profundidade. A «estratégia do silêncio», se é que há uma «estratégia do silêncio», não convence nem os mais próximos. Quanto aos mais distantes, sabe-se, desde a primeira hora, que andam por aí. Não surpreende, portanto, que Menezes publique um texto em que o título (Depois de mim virá...) diz quase tudo, e que Passos Coelho venha dizer que pretende dar um contributo «que ajude à correcção da estratégia do partido», prometendo, para isso, criar uma «plataforma de reflexão e debate» contra a «cultura do silêncio». Aliás, a aparente unidade em volta da actual líder é isso mesmo: aparente. Como se verá muito em breve, a unidade mais não é que uma paz podre.