27 de novembro de 2008

QUEIROZ. Claro que Queiroz não é o culpado da derrota frente ao Brasil. O culpado da derrota frente ao Brasil foi... bem, já não me lembro bem quem foi. Mas uma coisa julgo saber: com a meia dúzia que levou em Brasília, ninguém lhe rouba um lugar na história. Sim, parece que vai haver sangue na próxima convocatória, de onde serão excluídos uns quantos jogadores que não se terão empenhado como deviam. Ora, a ser verdade, eu pergunto: quem são os malandros? E, já agora, o que resultará de tão drásticas medidas? Como é evidente, nada e coisa nenhuma. O problema é de outra natureza, e não vale a pena fingir que não é. O problema é a falta de liderança, e não só, como se tem dito, dentro do campo. Pena é que tenhamos de esperar até ao próximo jogo a doer, quando for tarde demais para remediar os estragos, para se perceber que Queiroz não serve, e agir em conformidade. É claro que, bem vistas as coisas, o verdadeiro culpado disto tudo é Scolari, cujo palmarés à frente da selecção colocou a fasquia bem alta ao seu sucessor, curiosamente um sujeito que nunca se coibiu de lhe infernizar a vida sempre que teve oportunidade para tal, e que ainda há pouco teve o desplante de se queixar que Scolari não lhe passou o testemunho. Estarão lembrados por que razão Queiroz lhe infernizou a vida, mas eu recordo. O «professor» queria o lugar de Scolari, e para lá chegar valia tudo, incluindo tirar olhos. É verdade que Queiroz nunca foi santo da minha devoção, mas também vi com desconfiança os amores de Scolari à Sra. de Caravaggio — e nunca percebi algumas decisões que ele tomou. Só que isso são pormenores sem importância, e que não contam para coisa nenhuma. O essencial, como sabemos, são os resultados. E Scolari teve-os.