12 de dezembro de 2008
PROFETAS. Não me lembro de um único profeta da economia prever uma crise financeira como a que atravessamos, como não me lembro de ninguém (politólogo, sociólogo, filósofo) prever um 11 de Setembro. Apesar do ror de «especialistas» que por aí andam a dizer-nos que se fartaram de avisar, a verdade é que ninguém se lembra do que disseram, e de profetas a acertar previsões no final do jogo já estamos servidos. Quem, perante hecatombes como a actual crise financeira ou o 11 de Setembro, não se interrogou: como foi possível ninguém prever coisas destas? Pois é, os factos insistem em demonstrar a evidência. E a evidência, convém lembrar, demonstra que ninguém sabe nada de essencial, a começar por especialistas como o último Nobel da Economia, que acaba de fazer uma previsão (a crise financeira poderá ir além de 2011) tão esquecível como as outras.