20 de janeiro de 2010
NÃO ME FAÇAM RIR. Marcelo saiu da TVI por alegadas pressões do Governo, então do PSD. Marcelo vai sair da RTP por alegadas pressões do Governo, agora do PS. Não duvido um instante que Sócrates gostaria de calar quem não pensa como ele — como, aliás, qualquer outro primeiro-ministro em exercício, da esquerda, ou da direita. Mas uma coisa é querer, outra é poder. Chamem-se o que quiserem, mas ainda me hão-de convencer de que a saída de Marcelo da RTP se deveu a pressões governamentais, ou que o Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes acabou pelos mesmos motivos. Convém lembrar que os politiqueiros aproveitam ocasiões como esta para facturar da forma que mais lhes convém, e também é sabido que os métodos utilizados incluem tirar olhos. Chamem-me presunçoso, mas eu não deixo que me impeçam de ver com tanta facilidade. Calar Marcelo? Não me façam rir. Como se fosse possível calar Marcelo, e não tivesse Marcelo mais nenhuma tribuna que lhe conceda espaço idêntico ao que dispõe na televisão pública. Aliás, tenho para mim que Marcelo é mais incómodo ao seu próprio partido (o PSD) que ao PS, esteja este, ou não, no Governo. Mas disso não é oportuno falar.