30 de março de 2010
CARRILHO. Parece que o Governo se prepara para substituir Manuel Maria Carrilho no cargo de embaixador de Portugal na UNESCO por este ter recusado — e bem — votar no candidato à chefia daquela organização cujo currículo se distinguia por defender que deviam ser «queimadas» todas as obras em hebraico. Acontece que Carrilho permitiu que um funcionário votasse em vez dele, naturalmente segundo a vontade de quem lhe paga a mesada, como se um expediente destes fosse coisa normal, e assim ficasse a salvo de críticas. Como é evidente, e apesar dos aplausos que então se ouviram, não ficou. Afinal, esperar-se-ia que Carrilho fosse consequente ao recusar votar no candidato anti-semita, e ser consequente implicaria demitir-se. Como nada disso sucedeu, fica-lhe mal o papel de vítima em que agora o querem colocar.