24 de março de 2010
CLAQUES (1). Uma tese de doutoramento sobre claques de futebol defendia, há pouco, que seria um erro acabar com elas, e até avançava alguns factos demonstrando que as ditas não são tão más como se pintam. Como não conheço o assunto com a profundidade que a uma tese se exige, não me atrevo a contestar. Mas ainda não percebi o que terão de positivo as claques de futebol, se é que terão algo de positivo. O que se vê torna-as difíceis de distinguir de meros bandos de delinquentes, e estou a ser benevolente. Como as claques dos «três grandes» demonstraram nos últimos dias, o que se vê são bandos de arruaceiros que as autoridades protegem em vez de pôr cobro às suas práticas. Como se pode ver por este exemplo, e pelas declarações de um dirigente de uma claque que se gabou, à TVI, de agredir não sei quantos espanhóis sem que nada lhe tenha sucedido (o indivíduo chegou a ponto de dizer que não hesitaria agredir mulheres e crianças se lhe aparecessem pela frente), as coisas já foram longe de mais. É tempo, portanto, de as autoridades se deixarem de contemplações, e já vão tarde.