6 de janeiro de 2011
SINDICATOS. Cada vez estou mais convencido de que os sindicatos e as centrais sindicais defendem, cada vez menos, os interesses dos trabalhadores, mesmo que uns e outros estejam genuinamente convencidos do contrário. Os sindicatos passam a vida a demonstrar que vivem no século passado, que pararam no tempo, e a realidade dos trabalhadores que representam é o século XXI. Pior: os seus dirigentes não se percebem. Percebe-se que são contra isto, contra aquilo, mas nunca se percebem os motivos. Quando se esperariam argumentos concretos, expostos de modo que todos percebam, os sindicatos enrodilham-se em explicações abstractas que às vezes nem como abstracções fazem sentido. Tirando os sindicatos afectos ao PC, cujos interesses do partido sempre puseram à frente dos interesses dos trabalhadores, parece-me que os sindicatos estão mais preocupados em assegurar a sua própria sobrevivência que em defender os interesses de quem se espera que defendam — além de que os sindicatos são, também eles, responsáveis pela situação que o país atravessa, e dos principais responsáveis.