«Numa manhã de Fevereiro de 2007, entrei no escritório como habitualmente, pela única porta de entrada. Nem dava para entrar por outro lado. A menos que fosse um sniper e tivesse deslizado vidros acima como o homem-aranha, alcançado o topo do edifício e penetrado pelas portas de acesso às caixas dos ascensores. Do terraço obtinha-se um fantástico panorama do casario de Newark, do porto, do aeroporto, do intricado sistema de comunicações viárias, da Pulaski Skyway e de Nova Iorque. Restaria ainda a serpentina líquida do Passaic desfazendo-se nas águas da baía de Newark, que a cidade de Elizabeth também disputava. Mas não havia qualquer intenção de ser pássaro e a vidraça que revestia o edifício não tinha aberturas que permitissem ao menos, a quem ali tinha os seus escritórios, arejar, tomar ar, respirar sem sufoco. Era como estar dentro de uma campânula de vidro.»
15 de março de 2011
LI E GOSTEI. O Trompete de Miles Davis, primeiro livro de Francisco Duarte Azevedo, foi hoje apresentado. Eis o primeiro parágrafo: