18 de julho de 2011
ENTRETANTO, NA MADEIRA (1). Andamos tão entretidos com o rating e com o aumento dos impostos que não prestamos a atenção devida ao que se passa na Madeira, de onde nos chegam notícias inquietantes. Diz o Tribunal de Contas que o Governo local aplicou menos de um terço das verbas que lhe foram atribuídas para a reconstrução das zonas afectadas pelo temporal do ano passado e que não se sabe para onde terá ido o resto (34,9 milhões de euros), e o Público diz que Jardim proibiu a Assembleia Legislativa da Madeira, o governo regional, o PSD local, o Jornal da Madeira e o mais que não se sabe de receber a Comissão Nacional de Eleições que se vai deslocar ao território para preparar as eleições regionais. Dizem mais as notícias: passaram quatro dias e ninguém, absolutamente ninguém, fez a mais leve crítica, incluindo os políticos eleitos, de quem se esperaria que fossem os primeiros a exigir o cumprimento das regras e a reclamar a punição de quem prevarica. A república das bananas em que a Madeira se tornou nos últimos anos deve-se, em primeiro lugar, a quem lá manda, mas o silêncio dos políticos e dos governantes, ou a mera desculpabilização de Jardim a pretexto de que ele fez obra (como fosse difícil fazer obra desta maneira), é tão ou mais responsável pelo que por lá se pratica. A começar pelo presidente da República e pelo primeiro-ministro, que têm a obrigação de accionar os mecanismos necessários de forma a impedir — ou punir — estas poucas-vergonhas.