4 de julho de 2011
UMA RENÚNCIA ANUNCIADA. A renúncia de Fernando Nobre ao cargo de deputado apenas surpreende quem não acompanhou a sua passagem pela política. Desde cedo se percebeu que o estimável presidente da AMI era pior que os políticos contra os quais investiu com uma candidatura que se reclamava da «cidadania», «cidadania» essa que não hesitou em trocar por um prato de lentilhas logo à primeira oportunidade, apesar de pouco antes jurar que jamais aceitaria qualquer cargo político. A humilhante derrota no parlamento, apesar do apoio do actual primeiro-ministro e do maior grupo parlamentar, acabou por fazer justiça, deixando antever a saída pela porta das traseiras que hoje se consumou. Escusava era de vir justificar a renúncia por se considerar «mais útil aos portugueses» na «acção cívica e humanitária», como se os portugueses, incluindo os que votaram nele, não conhecessem os verdadeiros motivos da renúncia. Perdoem-me a crueldade, mas um sujeito que andou a enganar os portugueses (apresentou-se a sufrágio prometendo exercer o cargo de deputado caso não fosse eleito presidente da AR) merecia pior fim do que teve.