17 de abril de 2012
ANEDOTAS PERIGOSAS. A ser verdade o que vem nos jornais, o episódio que envolve Paulo Pereira Cristóvão e um árbitro de futebol roça o inacreditável. Então o vice-presidente do Sporting não sabia que os bancos têm videovigilância? Achará normal fornecer às autoridades uma carta que diz ter recebido onde alguém denuncia um esquema de corrupção praticado nesse mesmo dia? Como foi possível um sujeito destes ter sido inspector da Judiciária durante anos, mesmo depois de lhe detectarem comportamentos impróprios? Sim, porque o sujeito, além das tropelias que os jornais dizem ter cometido enquanto inspector, é de uma incompetência assustadora, e não fosse o caso de ser grave a natureza do processo em que é arguido seria anedótico. Claro que não se pode julgar toda a Judiciária por um caso destes, mas a verdade é que são cada vez mais os inspectores — ou ex-inspectores — acusados de comportamentos inadmissíveis a um agente da autoridade. Mesmo que sejam excepções, um desejo mais que uma evidência, convenhamos que da Judiciária se exige melhor.