14 de setembro de 2012
DA OPOSIÇÃO. Que a oposição, toda a oposição, seja contra tudo o que o Governo faz ou deixa de fazer, mesmo as coisas boas, entende-se. Afinal, o papel da oposição nos tempos que correm é opor-se ao Governo, não com a ideia que o Governo faça melhor (ou o que lhe parece melhor), mas com o único propósito de correr com o Governo para lhe tomar o lugar. Mas quando a oposição cresce de dia para dia dentro dos próprios partidos que integram o Governo, como está a acontecer, a coisa ganha outra dimensão. Verdade que os críticos mais destacados que integram os partidos no poder têm contas a ajustar com o líder, mas nem por isso torna menos contundentes as suas críticas. Têm, além disso, a particularidade de passar a ideia de que a família está de tal modo desavinda que já nem consegue disfarçar o mal-estar. Infelizmente, a generalidade dos críticos da família não tem, como a restante oposição, alternativas concretas, e tratando-se de gente que vive da política e para a política, convenhamos que é confrangedor. Quero imaginar que não há alternativas eficazes às actuais medidas governamentais, embora isso não me sirva de consolo. Quem vive da política tem obrigação de fazer mais e melhor. Se discorda das medidas governamentais, faça favor de apresentar alternativas concretas. É esse, afinal, o seu trabalho, e o mínimo que dele se espera.