11 de dezembro de 2012
MÁRTIRES DE OCASIÃO (2) . É fácil (e barato) acusar o ministro do dia de querer controlar a informação da RTP, além de ser um filme demasiado visto, cujo guião todos conhecemos. Por isso se acusam os sucessivos ministros dos sucessivos governos de intromissões indevidas, reais e imaginárias, que as acusações têm sucesso assegurado: a oposição ao Governo vem logo acusar o dito de tudo fazer para controlar a informação e afastar gente incómoda, mesmo que os factos sejam escassos e escassíssima a sua credibilidade. Repito, portanto, o que já disse sobre as imagens cedidas à PSP: por aquilo que é público, a tese da conspiração não tem pés, nem cabeça. Tudo indica que Nuno Santos geriu mal o caso, mas por razões que ele lá sabe não quer admiti-lo. Se a administração da RTP (e quem nela manda) não gostava de Nuno Santos (não me custa acreditar que assim seja), limitou-se a fazer o que se esperaria: aproveitou o erro para se livrar dele. Simplificando, se a administração da RTP empurrou Nuno Santos para a porta da rua, Nuno Santos pôs-se a jeito.