18 de janeiro de 2013
EMIGREM, EMIGREM. O primeiro-ministro negou, em Paris, que alguma vez tenha aconselhado os portugueses a emigrar. Negou mais: «ninguém» do seu Governo alguma vez «aconselhou os portugueses a emigrar». Acontece que os factos demonstram o contrário. O primeiro-ministro sugeriu, em finais de 2011, que os professores desempregados emigrassem para os países que deles necessitassem, e até apontou Angola e Brasil como possíveis destinos. Também o secretário de Estado da Juventude do seu Governo aconselhou, uns meses antes, os jovens desempregados a emigrar. Há um mês, o secretário de Estado das Comunidades anunciou, em São Paulo, ainda haver espaço de emigração para o Brasil. Disse mais: «O momento do Brasil é de demanda de quadros preparados», e segundo ele Portugal tem-nos em qualquer área. Reparem bem: os portugueses mais qualificados, que tanto custaram ao país a formar. Valerá a pena dizer que num país a sério o discurso do Governo seria prometer aos seus concidadãos tudo fazer para evitar que emigrem?