3 de abril de 2013
O ESPIÃO QUE SAIU DO QUENTE. Provavelmente nunca se saberá se Silva Carvalho é culpado do que é formalmente acusado, e é provável que os tribunais falharão, de novo, em toda a linha. Mas mandará o bom-senso não reintegrar no Estado um ex-espião que é acusado de abuso de poder e violação de segredo de Estado até que os tribunais se pronunciem sobre o assunto. Não pensa assim o primeiro-ministro, que decidiu reintegrá-lo no Estado, agora na Presidência do Conselho de Ministros, sem que se perceba porquê. Presumo que do ponto de vista legal nada impedirá a contratação, mas parece-me insustentável do ponto de vista ético. Ética, aliás, pela qual o Governo já demonstrou ter pouco apreço, como ficou claro quando surgiram os casos com o ministro Relvas, que em pouco tempo passou a ser enxovalhado por tudo e por todos, inclusive por membros do seu próprio partido, e hoje por todos visto como o chico-esperto que subiu na vida à custa de «milagres» como o da Universidade Lusófona, que lhe atribuiu um canudo por dirigir um rancho folclórico e coisas assim.