30 de maio de 2013
FUGIR AO PROBLEMA. Os impostos não cobrados sobre o dinheiro escondido em paraísos fiscais daria para «acabar duas vezes com a pobreza extrema no mundo», dizia, há dias, uma organização não-governamental, segundo a qual há 14 biliões de euros escondidos, dois terços dos quais na União Europeia, de que anualmente resulta uma perda de 120 mil milhões de euros em receita fiscal. Somando a isto os impostos que nem precisam dos paraísos fiscais para não ser pagos, ou pagos na totalidade, é obscena a quantidade de dinheiro que circula apenas em benefício de uns poucos e em prejuízo dos restantes. É preciso acabar com isto, disse a União Europeia pela enésima vez, mas a realidade é que nem a uma lista de países que promovem essas práticas consegue chegar. E porquê? Porque alguns países que integram a União Europeia beneficiam com os paraísos fiscais, Portugal incluído. Temos, assim, que a União está interessada em resolver o problema, mas não está interessada em resolver problema nenhum. Como diria o outro, tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.