6 de junho de 2013
GRAFITAS. Um pândego que dá pelo nome artístico Mesk e se intitula writer declarou ao Público que vai entrar em guerra com a Câmara do Porto. Porque uma brigada daquele município decidiu, «às cegas», limpar os graffitis na baixa portuense, porque na opinião dele a limpeza deve ser feita de forma ponderada e após juízo crítico sobre o que se limpa, porque não se pode meter tudo no mesmo saco. Daí sugerir que se analise o que por aí anda antes de proceder à limpeza. Hazul Luzah, outro activista da seita, foi mais longe: a Câmara deveria apoiar os writers e disponibilizar-lhes paredes para que eles possam livremente derramar o que lhes vai na alma. Estão a ver uma comissão a analisar graffiti por graffiti, decidir o que é bom e não presta? Os sujeitos acham não só que é possível como é desejável, e assim sendo não há muito a fazer. Imagino que apreciar graffitis é ser culto, moderno, cosmopolita, e quem não aprecia é o contrário. Mas devo dizer que geralmente não aprecio, e ainda aprecio menos o direito que os sujeitos julgam ter para os fazer onde bem lhes apetecer. Por que carga de água hão-de os transeuntes ser obrigados a ver as suas «obras», e por que razão hão-de os contribuintes pagar a limpeza das paredes onde elas são derramadas?