9 de julho de 2013

SER E PARECER. Tendo em conta que foi a nova ministra das Finanças quem liderou, enquanto secretária de Estado, o processo de venda da EDP, são legítimas as suspeitas de favorecimento que recaem sobre a contratação do marido por aquela empresa. E mais legítimas se tornam quando, conhecidos os factos, o cavalheiro se apressou a pedir a cessação do contrato que mantinha com a empresa agora liderada pelos chineses. Como não bastassem as dúvidas sobre os «swaps» que recaem sobre Maria Luís Albuquerque, que o bom senso mandaria não «promover» a ministra (além de ter sido a gota que fez transbordar o mal estar na coligação governamental), eis que um novo caso lança ainda mais dúvidas sobre o comportamento da governante, e a fragilizam ainda mais. Decididamente que os governantes desprezam quem representam e a parábola sobre a mulher de César, neste caso se calhar não apenas a parte que respeita às aparências. Será preciso dizer que as suspeitas que recaem sobre a ministra vão estar constantemente a pairar sobre ela e, por arrasto, sobre o Governo de que faz parte?