6 de agosto de 2013
AI MÃE. Começa assim a última crónica de Valter Hugo Mãe na revista do Público: «Um menino a brincar com uma borboleta. Feito de porcelana, muito simples e delicadíssimo. Uma criança expectante a observar a borboleta que tem pousada na mão. Comprei no mercado das tralhas de Kiev, perdido que estava entre outras figuras, sujo, sempre miúdo e puro.» Comovente, não é? Prossegue com parágrafos e parágrafos de pérolas como esta até ao período final, também ele uma pérola: «Porque muito do que nos acontece de assustador nem sempre apaga o mais precioso que contemos.» Maravilha, não é? Imaginem se o cavalheiro soubesse escrever.