21 de agosto de 2013

FENÓMENO DO ENTRONCAMENTO. Leio em dois jornais britânicos (aqui e aqui) que Samantha Shannon escreveu um livro do outro mundo e se prepara para com ele alcançar um êxito estrondoso. Que os direitos já foram vendidos para vinte países, que recebeu um adiantamento de 100 mil libras de uma importante editora (a Bloomsbury), que é o primeiro de uma série de sete, e que vai dar um filme. Aqui chegado, constato, sem espanto, que Samantha já tem uma entrada na Wikipédia, onde consta a bibliografia... não publicada (The Bone Season, ontem posto à venda em Inglaterra, e Aurora, o seu primeiro romance). Leram bem: Samantha é já uma estrela literária, quiçá digna do panteão, por dois romances... não publicados. Dizem-me que o livro de estreia terá sido lido por gente ligada aos meios, que o terão achado fenomenal. Não deixa, contudo, de espantar que se consagre uma jovem de 21 anos que até ver só escreveu um bestseller, no caso, evidentemente, de se confirmarem as previsões. Bestseller a que o «nosso» O'Neill «traduziu» por «besta célere», e que talvez não passe, como também disse, de «um típico produto da chamada indústria cultural», que exteriormente toma a forma de livro «para melhor se confundir com os verdadeiros livros».