10 de setembro de 2013

VEM AÍ O JOGO DO GATO E DO RATO. Até ver, a eventual transferência do arsenal químico em poder do governo sírio para as mãos de uma entidade internacional, e posterior destruição, é uma boa notícia. Boa notícia porque assim se evitará, para já, uma intervenção militar de consequências imprevisíveis, e porque todas as partes parecem sair a ganhar — os Estados Unidos, que se podem gabar de ter forçado um acordo substancial, a Rússia, que se pode vangloriar de ter alcançado o que parece uma boa solução, o próprio governo sírio, que não perde inteiramente a face. Dito isto, tenho dúvidas como isso se fará. Tenho dúvidas que o governo sírio cumpra o acordo que se anuncia, e que os previsíveis obstáculos que virão a seguir (haverá sempre dúvidas que será entregue todo o arsenal, que os inspectores da força internacional sejam isentos, obstáculos de toda a ordem e espécie a dificultar a missão) tornem, a prazo, uma intervenção militar mais robusta e perigosa. Oxalá me engane, mas o que agora se anuncia como uma boa saída tem fortes probabilidades de se tornar, a prazo, numa entrada no Inferno.