25 de outubro de 2013
UMA PEQUENA DÚVIDA. Se os pais são culpados pela morte da filha, ainda que por acidente, como sustentou o então investigador Gonçalo Amaral, e tendo o assunto sido arquivado por falta de provas, como explicar que os pais da pequena Madeleine McCann tenham lutado, com sucesso, pela reabertura do caso se têm, segundo Amaral, culpas no cartório? Eis uma pergunta à qual o ex-inspector que então conduziu a investigação devia responder. A ver vamos o que vai dar a investigação da polícia britânica, e agora também da Judiciária, que ontem anunciou ter «identificado testemunhas que nunca foram inquiridas enquanto o processo esteve a decorrer» — o que, a ser verdade, aponta para falhas na anterior investigação. Recorde-se que Gonçalo Amaral, para quem os novos desenvolvimentos não passam de uma «manobra publicitária» (destinada a quê?), foi afastado da investigação, e depois tentou demonstrar em livro (Maddie: A Verdade da Mentira) o que não conseguiu demonstrar como investigador. E que foi julgado — e condenado a ano e meio de prisão com pena suspensa — por ter espancado uma suspeita de homicídio. Leram bem: espancado. Como no tempo da outra senhora.