23 de abril de 2014
DESEJOS PARA O DIA MUNDIAL DO LIVRO. Acho que já disse isto, mas não será demais repeti-lo: gosto de biografias. O problema é que leio a primeira meia centena de páginas e ainda o biografado está na infância, por regra um período que só interessa aos estudiosos. Não há paciência para tanta página de palha, para factos que não interessam nem ao menino Jesus. Contas por alto, devo ter mais de duas dezenas de biografias, começadas mais de uma dezena — mas concluídas só duas ou três. Por que razão têm, as biografias, invariavelmente para cima de 700 páginas, que a grande maioria dificilmente lerá? Hannah Arendt, de Derwent May, que li recentemente, é um exemplo de biografia com menos de meia centena de páginas que nem por isso vê diminuída a sua importância. Definitivamente que alguém devia criar um prémio para quem conseguir escrever uma biografia decente com menos de 200 páginas. (E, já agora, para quem for capaz de escrever um romance legível com menos de 400.)