29 de abril de 2014
DESCULPEM, MAS JÁ DEI PARA O SALAZAR. Já não tenho paciência para a história de que Salazar morreu pobre, nunca acumulou riqueza, criava galinhas e não sei que mais. Até o insuspeito Mário Soares reconheceu, por estes dias, que o ditador de Santa Comba «não mexeu nos dinheiros públicos». Não tenho paciência porque a história, aparentemente verdadeira, esconde uma evidência de que nunca se fala: para que necessitaria ele de fortuna pessoal se era dono de um país inteiro? Por que haveria ele de acumular riqueza, presume-se que para amenizar a velhice, se só sairia do poder para o cemitério? Para que haveria ele de criar um pé-de-meia, de forma honrada ou «mexendo nos dinheiros públicos», se jamais precisaria dele? Pensem um bocadinho antes de abrirem a boca, que diabo.