16 de maio de 2014
LÍNGUA PORTUGUESA GUISADA COM ERVILHAS. Um amigo meu, então professor de língua e cultura portuguesas numa escola frequentada por jovens luso-americanos, contou-me, em tempos, que o seu director lhe pediu, um dia, que os seus alunos escrevessem uma redacção destinada a participar num concurso interescolar. Confrontado com o prazo de entrega, dali a dois ou três dias, o meu amigo comunicou-lhe a impossibilidade de cumprir um prazo tão curto. O director deitou as mãos à cabeça — veja lá o que pode fazer, não nos deixe ficar mal, e o mais que se adivinha. À boa maneira portuguesa, o meu amigo lançou mão do expediente em que dizem sermos bons: escreveu ele próprio a redacção, e apresentou-a a concurso como sendo dos alunos da sua escola. O regulamento previa uma fase preliminar (destinada a escolher as melhores), e uma fase final (destinada a escolher a vencedora). Como já adivinharam, a redacção do meu amigo não passou a primeira fase.