18 de julho de 2014
CHAMAR OS BOIS PELOS NOMES. Pedro Braz Teixeira defendeu anteontem que os principais responsáveis do GES e do BES devem ser levados a tribunal. «Entendo que seria muito benéfico para o interesse público que houvesse uma acusação conjunta do Ministério Público, do Banco de Portugal e da CMVM», disse o investigador, sugerindo que lhe «parece evidente que uma acusação conjunta daria muito mais força à acusação». Ontem, João Vieira Pereira escreveu no Expresso: «Chegámos a um ponto que não basta saber de quem é a culpa. É preciso que os culpados respondam pelo que fizeram.» Não sei no que isto vai dar, mas não será preciso ser profeta para adivinhar que acabará em nada caso a justiça entenda haver matéria criminal e agir em conformidade. Saúda-se, no entanto, que se comece a dizer o óbvio. E o óbvio é que há demasiados indícios (para não dizer provas) de práticas criminosas que não podem deixar a justiça indiferente. Como algumas empresas com a marca Espírito Santo têm sede noutros países (Luxemburgo e Suíça, por exemplo), e há notícias de que estão a ser investigadas nesses mesmos países, pode ser que daí venha alguma coisa.