22 de agosto de 2014
ANDAM POR AÍ A VER COISAS. Li na Lusa que a PSP «identificou» duas mulheres que se faziam passar por videntes, ao que parece um crime de burla. Também parece que as sujeitas abordaram não sei quem na via pública, a quem «leram» as mãos e garantiram ter «problemas de saúde e familiares». Perturbada, a vítima terá cedido ao pedido das falsas videntes, a quem entregaram «bens no valor de cerca de dois mil euros». Acontece que algum tempo depois a vítima encontrou as suspeitas a vender numa feira, e decidiu chamar a polícia. O episódio acabou com as ditas numa esquadra, onde lhes foram apreendidos «três anéis, cinco brincos, uma medalha de um signo, um frasco de perfume, dois carrinhos de linhas, 11 dentes de alho, seis pontas de alecrim seco, uma caixa de palitos e cerca de um metro de papel higiénico». Segundo a PSP, as suspeitas fazem da burla os seus modos de vida, sendo a venda nas feiras um mero disfarce. E foi-lhes imposto o Termo de Identidade e Residência, não fossem elas fugir, sei lá, para as Seychelles. Infelizmente, nem a PSP nem a notícia esclarecem dois pequenos detalhes. Como as sujeitas se faziam passar por videntes e não são, significa que há as verdadeiras, presumo que com licença para exercer a respectiva actividade, e, presumo de novo, sem facturinha? Tudo indica que sim. Assim sendo, como vamos nós distinguir as verdadeiras das falsas na hora em que nos faltar a cabeça e sobrar o dinheiro?