5 de agosto de 2014
MAIS UNS TROCOS PARA O PEDITÓRIO DOS PROFESSORES. Resido e trabalho num país onde a formação académica e o currículo não bastam para que a entidade patronal, pública ou privada, dispense de examinar, se assim o entender e pelos métodos que julgue adequados, quem pretende contratar. As provas suplementares (chamo-lhe assim para simplificar) destinam-se a escolher o candidato com o perfil que julguem adequado, e parece-me um procedimento normal. Talvez mais do que normal: como nunca vi quem questionasse estes métodos, que certamente terão os seus defeitos, é um não assunto. Como é sabido, sempre que em Portugal um organismo público impõe — ou pretende impor — estas regras, cai logo o Carmo e a Trindade. Porque os candidatos já estão certificados pelas universidades, argumenta-se, daí que mais ninguém deve fazer avaliações suplementares caso os pretenda contratar. Como já perceberam, falo, essencialmente, dos professores do ensino público, que volta e meia invocam este argumento para se esquivarem às avaliações — e no caso de lhes faltar argumentos para se esquivarem às avaliações põem os métodos em causa, alegando erros de toda a espécie. Admitem, quando muito, que as entidades patronais façam avaliações desde que sejam eles, professores, a ditar as regras. O Ministério da Educação pretende, com as avaliações, escolher os melhores e dispensar os restantes? Sabendo-se que há professores a mais no ensino público, parece-me um método justíssimo. A minha única discordância é não assumi-lo com frontalidade, mesmo que os custos políticos lhe saiam caríssimos.