31 de dezembro de 2014
O TERRORISMO E A SONY. Confesso que a reacção da Sony Pictures ao ataque informático de que foi vítima, e às ameaças que sobre ela imediatamente penderam caso exibisse, no Natal, o filme The Interview (exibição que logo cancelou e depois retomou), me surpreenderam. A Sony podia, desde o início, ter optado pela fuga para a frente. Podia ter respondido à ameaça não só mantendo o inicialmente programado, mas «enuplicando» o número de salas onde exibir o filme — coisa, de resto, que de algum modo veio a suceder, graças a quem, não tencionando ver o filme, se predispôs a fazê-lo por uma questão de princípio. Ao contrário do que possa parecer, meter o rabo entre as pernas face a chantagens ou ameaças não evita sarilhos nem perdas financeiras: aumenta consideravelmente a possibilidade de eles sucederem. Embora tardiamente, a Sony acabou por perceber que assim é. Dir-me-ão que mais vale tarde do que nunca. O problema é que nada apagará o erro cometido, e a porta que abriu em vez de fechar.