27 de março de 2015

DEIXEM O HOMEM EM PAZ. Não li 90% do que se já se escreveu sobre Herberto Helder após a sua morte, e não tenciono ler 90% do que ainda está para vir. Os 10% chegaram e sobraram para me deixar à beira do vómito, apesar de ter lido alguns textos excelentes. (Este, por exemplo, e uma auto-entrevista que desconhecia.) Ana Cristina Leonardo escreveu no Facebook: «As pessoas quando morrem deviam sempre deixar uma lista das criaturas proibidas de aparecer no enterro.» Eu diria mais: deviam deixar uma lista de criaturas proibidas de falar sobre o morto, especialmente quando o cadáver ainda está quente.