15 de maio de 2015
ALMADA E OS LIVROS QUE NUNCA LEU. Almada Negreiros angustiava-se diante a possibilidade de não conseguir ler todos os livros que gostaria face ao tempo que lhe restava de vida. Imaginem se fosse hoje, com milhares de livros ao alcance de um clique, centenas de textos imperdíveis diariamente disponibilizados na internet. Ao contrário de Almada, não vivo angustiado com os livros que nunca lerei, alguns nas estantes cá de casa. Mas é um facto que são cada vez mais os livros em formato digital que tenciono ler, e cada vez mais numerosos os textos na internet a que não resisto. A Revista Bula foi a mais recente descoberta. Mas podia falar da Babelia, das sugestões de leitura do Arts & Letters Daily, da New York Review of Books, da revista Ñ. É cada vez mais difícil escolher o que ler, porque escolher significa excluir. Não é bem um lamento. É, quando muito, um lamento de quem tem que escolher o que julga melhor entre o melhor.