24 de julho de 2015

TEORIA DAS INSTALAÇÕES. O brasileiro Juremir Machado da Silva escreveu, no livro Um escritor no fim do mundo, relato de uma viagem à Patagónia na companhia de Michel Houellebecq, o seguinte: «Numa exposição, dessas de arte contemporânea, (...) um artista famoso pendurou num varal uma cueca suja de cocô. A crítica ficou deslumbrada. Boa parte da literatura experimental, na busca desesperada do novo, é cueca com cocô. A novidade é visível. Só que cheira mal.» Não morro de amores por aquilo que genericamente se designam «instalações», mas nada contra. O meu problema com elas é quando as põem ao nível do que a arte tem de melhor. Não conheço, mas haverá uma ou outra em que a equiparação não chocará. Mas serão, quando muito, as tais excepcções que confirmam a regra.