30 de outubro de 2015

QUEM COPIOU POR QUEM? Li com atenção a peça que Kathleen Gomes escreveu, no Público, sobre o juiz que no Brasil dirige a investigação ao maior escândalo de corrupção da história do país, que já está a chamuscar a actual presidente. A dado passo, lê-se o seguinte: «Uma [das estratégias da investigação] é a fuga de depoimentos e provas para a imprensa e a ampla exposição mediática do processo ­– reforçada pela disseminação nas redes sociais –, garantindo o apoio da opinião pública e impedindo as figuras investigadas de travar o trabalho judicial.» Ora, isto é normal? É legal que num estado democrático a justiça promova julgamentos mediáticos? E, já agora, foi a justiça brasileira que copiou o modelo português seguido pela investigação do caso Sócrates (mas não só), ou o contrário? Não, não defendo Sócrates de coisa nenhuma. Defendo, sim, que este método, largamente praticado em Portugal, é inadmissível. Seja para o que for e para quem for.