26 de setembro de 2003
Há livros que se lêem, outros que se saboreiam. Devagar, para que o encanto perdure. Tal como um Porto a sério deve ser degustado devagar, porque um Porto a sério merece disponibilidade, tempo. «Educação Sentimental» é um livro assim. Aliás, todo o Flaubert é para ler devagar, saborear. Outro livro assim é «Ulisses», de Joyce, de que só li as primeiras cem páginas e ao qual volto sempre para ler... a partir do início. Ou «Os Passos em Volta», de Herberto Hélder, que já li uma mão cheia de vezes. Ou Eça, ou Alexandre O'Neill, ou Cardoso Pires, ou...